Quando Mark Spitz mergulhou na
piscina nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, ele usava apenas uma sunga.
Nem touca, tampouco óculos. E sustentava um espesso bigode. No final do século,
a natação se transformou em um esporte de trajes tecnológicos e óculos cada vez
menores e mais adaptáveis. A paisagem tecnológica mudou o esporte drasticamente
na memória recente, principalmente no aumento e na eventual proibição dos
trajes de poliuretano, em 2010. Mas quanto, de fato, tem de efeito os trajes
tecnológicos? O quanto desta vantagem pode ser calculada até que se tenha uma
mentalidade positiva, a qual o atleta consegue estabelecer, ao se utilizar
justamente destes trajes que o mesmo acredita que irá ajudá-lo a nadar mais
rápido? Os trajes tecnológicos realmente fazem a diferença ou são o placebo
mais poderoso da natação?
Quem está certo?
Você provavelmente já ouviu a
seguinte frase de Henry Ford, empreendedor americano, fundador da Ford Motor
Company e o primeiro a implantar a linha de montagem em série na fabricação de
automóveis: "Se você pensa que pode ou se pensa que não pode, de qualquer
forma você está certo". Parece clichê, mas a ciência por trás do poder do
pensamento positivo é impressionante. Isso constitui a base para a retórica dos
técnicos mais antigos; Assim digamos, mais tradicionalistas, os quais afirmam
que, embora os trajes tecnológicos ofereçam vantagens como a redução do arrasto
e aumento da flutuabilidade, os resultados estão associados a crescente
confiança que os nadadores sentem ao vestir - e se adequar - a algo em torno de
US$500,00 em náilon (R$1.600,00 aproximadamente). Seus oponentes afirmam que os
trajes fazem toda a diferença - apesar de qualquer aumento no potencial de
confiança.
Enquanto ambos os argumentos
tenham seus méritos e sejam plausíveis, a ciência parece colocar a verdade mais
próxima do lado da tecnologia em vez da mentalidade. Desvendado para as
Olimpíadas de Sydney (2000), o Fastskin original foi projetado para uma
diminuição de tempo em até 3%, devido ao seu tecido biométricos e design
inspirado na pele de tubarão. No entanto, os reais avanços ainda estavam por
vir. Após as Olimpíadas de 2004, na Grécia, uma das maiores empresas de
materiais esportivos voltados para a natação se associou à NASA (Agência
Espacial Norte Americana) para projetar o que se tornaria o LZR Racer.
Foram testados quase tipos de 60
tecidos utilizando um túnel de vento na busca para desenvolver um traje mais
eficiente. O resultado: o primeiro traje tecnológico soldado por ultrassom.
Supostamente o novo traje reduziu o arrasto em 6%. O LZR Racer foi usado por
98% dos medalhistas nos Jogos Olímpicos de Pequim (2008) e representou 23 dos
25 recordes mundiais estabelecidos. Na temporada seguinte, mais 20 novos
recordes mundiais surgiram, no Mundial de Roma (2009), levando à subsequente
proibição de trajes de poliuretano - e corpo inteiro - em 2010.
Os números nunca mentem
A vantagem competitiva, real ou
ilusória, sem dúvida, desempenha um papel fundamental na confiança de qualquer
atleta - os próprios atletas são os primeiros a admitirem. Igualmente acordado
pela maioria é a vantagem produzida pela tecnologia. É por isso que estes
fatores inspiraram uma nova legislação da FINA para conter o papel da
tecnologia no esporte. Embora o papel da tecnologia na natação seja debatido, a
verdade do seu impacto é indiscutível.
Referência
PRESKI, Alexis. Tech Suits: Hype Or Hero? 2017. Disponível em: http://www.floswimming.com/article/62121-tech-suits-hype-or-hero#.Wcw6kmhSzIU