terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Quer melhorar a saída... salte, salte exaustivamente

Caeleb Dressel detém uma saída praticamente perfeita
Na natação competitiva, uma boa saída pode resultar no lugar mais alto do pódio, principalmente em provas rápidas, como as de 50 metros (em piscina longa, então, é primordial; Na curta, uma boa virada - talvez - possa compensar uma saída ruim). Tecnicamente, no alto rendimento, os atletas que chegam a uma final, por exemplo, são praticamente iguais. Portanto, o que define a prova são mínimos detalhes.

Pensando nisso é que os grandes times já reservam uma boa parte de suas sessões diárias de treinamentos para o aprimoramento das saídas; Já entenderam o valor que se tem o refinamento deste fundamento. Ter uma saída rápida é muito mais do que ser capaz de reagir ao som de partida.

O americano Caeleb Dressel, campeão olímpico e considerado - atualmente - o atleta com a melhor saída do mundo, mostrou no Mundial de 2017, que ter somente o tempo de reação mais rápido não é necessário para dominar uma prova; São também a altura, a  distância, a velocidade e o ângulo de entrada que afetam a velocidade que você imprime ao entrar na água e durante a prova.

O treinamento de salto vertical: saltos de agachamento, saltos de caixa, e assim por diante - são pilares nos programas de treino para a maioria dos nadadores. E com uma boa razão: o aprimoramento do salto vertical leva a uma maior capacidade de melhorar o desempenho inicial na prova (o que está evidenciado nos dois respectivos estudos abaixo):



Entretanto, o treinamento de salto vertical ignora um aspecto importante, que é fundamental para melhorar a saída: também é preciso alcançar a velocidade horizontal.

Em um estudo realizado em 2016, relatado no respectivo artigo: "Os efeitos de um programa de treinamento de salto prolongado pliométrico em torque em torno das articulações dos membros inferiores e parâmetros cinéticos e cinemáticos durante o início do salto na saída de natação", pesquisadores tomaram um grupo de 10 nadadores e fizeram com que eles passassem por um programa de nove semanas, concentrado apenas em saltos longos (horizontais). Durante os dois meses que se seguiram, o grupo não realizou nenhuma atividade suplementar.

O treinamento foi direto: durante as primeiras duas semanas, os nadadores fizeram 8 x 2 saltos longos horizontais, duas vezes por semana. Para o restante do programa, eles fizeram 15 × 2, com um período de repouso de dois minutos entre cada série. Os saltos foram realizados em uma plataforma construída no mesmo ângulo de um bloco de partida oficial.

OS RESULTADOS

Houve um aumento de 7% na capacidade do atleta em produzir força horizontal (o que significa que, ao imprimir o salto, o nadador vai mais longe) e um  aumento de 16% na velocidade horizontal (o que significa menos tempo no ar, e entrada na água mais rápido).

Estes valores encontrados podem ser considerados extremamente positivos, especialmente pelo fato de os atletas terem sido submetidos a uma quantidade relativamente pequena de tempo de treinamento para estes ganhos.

Devido à especificidade do movimento - o salto horizontal reúne mais características de uma saída na natação que um salto vertical direto. Portanto, os pesquisadores consideram que esse tipo de treinamento é muito mais eficaz do que o treinamento de salto vertical tradicional.

Referências

García-Ramos A, Tomazin K, Feriche B, et al. The Relationship Between the Lower-Body Muscular Profile and Swimming Start Performance. Journal of Human Kinetics. 2016;50:157-165. doi:10.1515/hukin-2015-0152.

Poirer-Leroy, Olivier. This Dryland Exercise will get you further and faster off the blocks. 1. Disponível em: https://swimswam.com/dryland-exercise-swim-start/

Rebutini, V., Pereira, G., Bohrer, R., Ugrinowitsch, C. and Rodacki, A. (2016). Plyometric Long Jump Training With Progressive Loading Improves Kinetic and Kinematic Swimming Start Parameters. Journal of Strength and Conditioning Research, 30(9), pp.2392-2398.

Vantorre J, Chollet D, Seifert L. Biomechanical Analysis of the Swim-Start: A Review. Journal of Sports Science & Medicine. 2014;13(2):223-231.

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