Há pouco mais de um mês assumi o cargo de professor de natação em um dos mais tradicionais colégios do Rio de Janeiro, na Zona Oeste da Cidade Maravilhosa (cujo o adjetivo, há tampos, anda duvidoso). Antes de ser o escolhido para a vaga, os contratantes deixaram bem claro seus objetivos: que eu desenvolvesse um trabalho com as crianças, as quais ficam no horário integral, no sentido de aprimorar a técnica de cada uma delas para, posteriormente, tentar inseri-las em eventos esportivos cujo a natação esteja presente. Um enorme desafio.
São crianças de diferentes idades, estereótipos e, principalmente, níveis de natação. Estão em uma fase a qual prender a atenção delas é tarefa hercúlea; Bem como fazê-las nadar conforme oriento e, evidentemente, sempre no intuito de tentar acertar. Não são fáceis. E para que as aulas corram da melhor maneira, tenho tentado adotar diferentes estratégias pedagógicas - e confesso que, até o momento, meu aproveitamento está sendo de 50%.
Segundo Ferreira (2006, p. 267), estratégia é a arte de aplicar os meios disponíveis ou explorar condições favoráveis com vista a objetivos específicos. E, para tal, reúne os elementos utilizados nas decisões tomadas com relação à organização do ambiente, à aplicação dos métodos de ensino e à organização das tarefas. Mais especificamente, estratégia diz respeito a como ensinar uma habilidade motora (Freudnheim, Gama e Carracedo, 2003).
Neste caso, a habilidade motora, que de acordo com Magill (1984), se define por ação ou tarefa que requer a coordenação do movimento do corpo e/ou dos membros para atingir uma meta, ou seja, nadar cada vez melhor. Contudo, somente nadar não é o bastante. Ao professor de natação, durante o processo de ensino-aprendizagem, cabe estimular a prática eficientemente planejada para se chegar à perfeição, ressalta Schmidt e Wrisberg (2001).
É o que estou tentando fazer durante uma hora, as terças e quintas-feiras, semanalmente. Em cada aula tento uma metodologia de ensino diferente que, conforme definem Gallahue e Donnelly (2008), são conjuntos de decisões tomadas pelo professor para alcançar os objetivos de uma aula. Por ora, estes objetivos estão diretamente ligados ao aprimoramento do nado de crawl e algumas de suas particularidades como: flutuação, respiração lateral e alternância de braçadas; Posição dos braços e das mãos durante todo o movimento de braçada, pernada e coordenação de ambos. Aos poucos, evoluímos.
Referências
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Dicionário Aurélio. 4ª Edição. São Paulo-SP: Nova Fronteira, 2006.
FREUDENHEIM, A. M.; GAMA, R. I. B. ; CARRACEDO, V. A. . Fundamentos para a elaboração de programas de ensino do nadar para crianças. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 2, n.2, p. 61-69, 2003.
GALLAHUE, D. e DONNELLY, F.C. Educação física desenvolvimentista para todas as crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2008.
MAGILL, R. A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard Blücher, 2000.
SCHMIDT, R; WRISBERG, C. A Aprendizagem e performance motora: uma abordagem da aprendizagem baseada no problema. Porto Alegre. Artamed, 2001.
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