Mulheres aprendiam a nadar somente penduradas (FOTO: International Swimming Hall of Fame) |
O Carnaval se foi e, com ele, o mês de fevereiro.
"Extraoficialmente", o ano começa em março, considerado o Mês
Internacional da Mulher. Afinal, dia 08/03 é o Dia Internacional delas. Embora,
modéstia à parte, o dia delas são todos os dias; Assim como o Dia das Mães. E
pegando carona neste gancho, segue uma história - infelizmente trágica, porém
breve - que marcou, de certa forma, a libertação e a independência da mulher,
em uma época cujo sua figura era extremamente reprimida, e seu direito de
aprender a nadar.
Em 1904, na cidade de Nova Iorque (Estados Unidos), o barco
a vapor "The General Slocum" (batizado com este nome em homenagem ao
general Henry Warner Slocum), que transportava mais de 1.400 passageiros - em
excursão -, pegou fogo e naufragou no Rio East. Até os atentados de 11 de
setembro de 2001, esta foi a maior tragédia de Nova Iorque. Mais de mil
passageiros - principalmente mulheres e crianças - que tentaram escapar do fogo
a bordo, saltaram na água e se afogaram.
A catástrofe foi o evento mais impactante na história da
natação americana. Imediatamente, políticos e administradores escolares
reconheceram a natação como uma arte essencial para a autopreservação e
defenderam o ensino/pratica da modalidade em toda instituição de ensino.
Entretanto, naquela época, apesar dos conhecidos benefícios de aprender a nadar
e da prática de atividade física, o exercício extenuante era visto como
prejudicial para a saúde - principalmente das mulheres; Além da questão da
preservação da figura feminina e do "machismo".
Anette Kellerman |
À medida que os Estados Unidos procuravam resolver esses
problemas, as escolas começaram a ensinar as meninas a nadar sem ter que
utilizar roupas de banho (maiô), tampouco entrar na água. Contudo, a partir de
1907, com a chegada aos EUA da australiana Annette Kellerman (atriz, escritora
e nadadora), mudanças ocorreriam.
Praticante, defensora e incentivadora da
Natação, Kellerman Não se conformava com os trajes de banho que as mulheres
eram obrigadas a vestir e organizou um protesto, em Revere Beach, perto de
Boston. Annette foi presa por "nudez pública" ao usar um traje de
banho masculino. No tribunal, se defendeu afirmando:
- As mulheres não têm o direito de se salvar do afogamento
quando os homens não estão por perto para protegê-las? Então, como podemos
aprender a nadar usando roupas, fora da água e penduradas (foto)? - questionou?
A partir deste momento, Annette Kellerman se tornou um
símbolo de esperança e mudança para mulheres, e ajudou a abrir caminho para o
direito das mulheres de nadar.
Referência
WIGO, Bruce. Tragedy to Triumph: The Story of the General Slocum Disaster and the Right to Swim for Women. 2018. Disponível em: https://www.swimmingworldmagazine.com/news/sw-and-womens-history-month-presents-the-general-slocum-disaster-the-right-to-swim-for-women/
Referência
WIGO, Bruce. Tragedy to Triumph: The Story of the General Slocum Disaster and the Right to Swim for Women. 2018. Disponível em: https://www.swimmingworldmagazine.com/news/sw-and-womens-history-month-presents-the-general-slocum-disaster-the-right-to-swim-for-women/
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