Outro dia destes, assistindo ao jogo do meu time do coração,
o Fluminense - se não me engano, a vitória sobre o Avaí, em Florianópolis - o repórter (do qual não citarei o nome), ao ser
perguntado o motivo pelo qual o jogador tal não fora escalado pelo técnico Abel
Braga (do Tricolor das Laranjeiras), respondeu que devido ao alto índice de CK,
de acúmulo de Ácido Lático (Ahn?! Como?! O que?!...) o atleta fora poupado
porque corria o risco de lesão. Então vamos aos esclarecimentos:
1) Uma coisa é uma coisa; Outra coisa é outra coisa.
Crédito: ZeroHora |
De acordo com Sumita (2010), a liberação do CK e a sua remoção do plasma dependem do
nível de treinamento, tipo, intensidade e duração. Níveis duas vezes acima do
nível basal podem ser observados 8 horas após a prática de um exercício
vigoroso. Elevação de CK após exercício
excêntrico está associada a lesão muscular, com elevação acentuada entre o 2º e
7º dia após o exercício. Em geral,
elevações maiores são detectadas mais precocemente e por mais tempo. Os valores
de CK geralmente iniciam a aumentar em poucas horas após o exercício, atingindo
um pico entre 1 a 4 dias e começam a diminuir entre 3 a 8 dias.
Crédito: Diogo Peixoto |
A excreção desse composto é dada pela urina e pelo suor,
enquanto outra parte é metabolizada no fígado onde permanece armazenado em
forma de glicogênio hepático. Metade de todo o ácido lático acumulado durante a
atividade física carece de 25 minutos de repouso para ser eliminado.
Portanto, embora ambos sejam indicadores bioquímicos da
função muscular, ambos têm funções parecidas, mas são completamente diferentes.
2) Informação correta é primordial
Ninguém é dono da verdade, tampouco sabe de tudo. E não é
vergonha perguntar, tampouco dizer que não sabe. Vergonha é, sim, achar que
sabe, encher a boca e falar besteira; Dar informação errada, equivocada.
O repórter - a meu ver muito bom, diga-se de passagem
(opinião pessoal de que também é jornalista - registrado e diplomado) poderia
ter sido melhor esclarecido pelo/ou pelos fisiologistas do Fluminense. Acredito
que tenha sido sim, porém, no momento de informar, se confundiu, embaralhou
enzima com ácido, e a química não deu certo. Segue o jogo.
Referências
CARDOSO, Mayara. Ácido lático. Disponível em: http://www.infoescola.com/quimica/acido-latico/. Acesso em: 10 jul. 2017.
SUMITA, Nairo M.. Como interpretar as elevações de creatinoquinase (CK) associadas à prática de exercício físico. 2010. Disponível em: http://www.fleury.com.br/medicos/educacao-medica/artigos/Pages/como-interpretar-as-elevacoes-de-creatinoquinase-associadas-a-pratica-de-exercicio-fisico.aspx?viewType=Print&viewClass=Print. Acesso em: 10 jul. 2017.
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