terça-feira, 29 de agosto de 2017

Harvey e o número de piscinas olímpicas preenchidas

Poderia ser mais uma postagem educativa, acadêmica, bacana, legal, mas não é o caso neste momento. Se alguém ainda não sabe, o furacão Harvey - o qual está categorizado como tempestade tropical, de acordo com o serviço de meteorologia dos Estados Unidos - está devastando o Texas, no sul do território americano; Mais precisamente a cidade de Houston - a maior daquele Estado - se não estou enganado.

Podem se perguntar: o que tem a ver um espaço virtual, destinado a Educação Física, saúde e qualidade de vida com um desastre natural sem precedentes? Explico: o portal Swimswam.com, especializado em natação (e com sede justamente em Houston), recentemente publicou um artigo estimando a quantidade de chuva, que está arrasando a cidade, com o número de piscinas olímpicas que poderiam ser completamente cheias com estas água da natureza. Isso levando em consideração as devidas medidas oficiais de uma piscina olímpica: 50m (comprimento) x 25m (largura) x 3m (profundidade), o que produz um volume de 3750 m³, ou 3.750.000 litros.

De acordo com a publicação, mais de 15 milhões de piscinas já podem ser preenchidas. A partir do meio dia (12h00 - horário local) desta última segunda-feira (28-08-2017), os meteorologistas estimaram que NOVE (9) TRILHÕES DE LITROS DE CHUVA haviam caído em toda a área de Houston, mais do que qualquer outra tempestade tropical que já atingiu os EUA.

A conversão desse número de 15 trilhões de galões (que certamente aumentou até o momento) supera os mais de 56 trilhões de litros de água. Dividindo este número pelas medidas oficiais de uma piscina olímpica, chegamos a algo em torno de 15.141.647,12 de piscinas cheias. Esse é um número espantoso que nos dá uma noção do tamanho total - e da devastação - causada por Harvey.


Referência

ANDERSON, Jared. HURRICANE HARVEY HAS DUMPED ENOUGH RAIN TO FILL 15 MILLION OLYMPIC POOLS. 2017. Disponível em: https://swimswam.com/hurricane-harvey-dumped-enough-rain-fill-15-million-olympic-pools/

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Força e demais componentes na Natação

Embora podendo ser trabalhado especificamente, o componente "Força", na natação, está presente em todos os ciclos (micro, meso e maso) de treinamento, de acordo com Platonov (2005). Entende-se por "Força" a capacidade de exercer tensão por parte de determinado músculo contra determinada resistência (GUEDES JR., 2003). Esta capacidade é um pré-requisito básico para desempenhar qualquer tipo de atividade motora e está altamente ligada aos componentes internos nos músculos estriados esqueléticos (fatores musculares e neurais), tendo relação entre os músculos que desempenham a tarefa (coordenação intramuscular e intermuscular, segundo Aboarrage (2008).

Fora da água, musculação direcionada, bem como treinamento funcional são obrigatoriamente aplicados afim de se melhorar demais componentes como Flexibilidade, Resistência, Velocidade e Potência. Além do treino propriamente dito, se utilizam implementos para o desenvolvimento ainda maior dos componentes supracitados: Extensor de borda, paraquedas, power rack e até mesmo banco (ou cadeira) isocinética (biocinética).

A seguir, um exemplo de treino que mescla Força, Resistência, Velocidade e Potência utilizando um extensor (ou elástico) de borda. O técnico Marcelo Mello aplicou uma série de 10 x 50 (25 crawl, ritmado, resistido a partir da tensão gerada pelo elástico, a medida em que é esticado pelo atleta; E 25 borboleta com a máxima potência (na física, P = Força.Velocidade), aproveitando a tensão a favor gerada pelo elástico). Transição rápida de um 25m ao outro, e 1'00 de intervalo a cada tiro.


Referências

ABOARRAGE, Nino. Treinamento de força na água. São Paulo: Phorte, 2008.

GUEDES JR., D. P. Personal Training na Musculação. [S.I]: Ney Pereira, 1997.

PLATONOV, V.N. Treinamento Desportivo para Nadadores de Alto Nível. 1 ed. São Paulo: Phorte, 2005.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Zonas de treinamento: o que são e para que servem?

Primeiramente, antes de definirmos, precisamos - resumidamente - explicar por quê elas existem e para quê servem. As zonas de treinamento ajudam a organizar um treino em diferentes intensidades (qualquer treino, de qualquer modalidade. Que fique claro). As zonas propriamente ditas são determinadas (e denominadas) de acordo com o comportamento fisiológico do corpo humano quando submetido a diversas intensidades de esforço, o que diretamente está ligado as diferentes formas de obtenção, gasto e reciclagem de energia (ou ATP - Adenosina Trifosfato) e a variação da frequência cardíaca durante o trabalho (FCMáx). 

As principais vias de reciclagem de energia são o metabolismo anaeróbio (ou sistema de fosfagênio; Ou ATP-CP; Ou anaeróbio alático); A Glicólise anaeróbia (ou sistema do ácido lático) e o metabolismo aeróbico (ou Oxidativo). 

O metabolismo é o processo de armazenamento e liberação da energia. Esta para o corpo é armazenada em diferentes formas, e os caminhos são usados para converter essas formas em energia acessível para o indivíduo executar o trabalho. 

Em qualquer momento, várias vias, não apenas uma, podem estar envolvidas na produção de ATP, mas o domínio de uma fonte energética depende da duração e intensidade do exercício. Normalmente, a carga de trabalho é dividida em várias "zonas de obtenção energética" com base na duração e intensidade do treinamento. Estas permitem que atletas e treinadores desenvolvam um caminho específico de reciclagem de ATP, além de quantificar e planejar as adaptações fisiológicas desejadas. 

SISTEMA ATP-CP (OU ANAERÓBIO ALÁTICO): É o processo de reciclagem de ATP a partir da Fosfocreatina (CP). Geralmente, após 2-3 segundos de trabalho de alta intensidade, as reservas de ATP livre nas células musculares estão esgotadas. Então, as moléculas de CP são recrutadas (envolvidas) para reciclar ATP. Todavia, após 10-15 segundos de trabalho de alta intensidade, a taxa de reciclagem de ATP via CP é abrandada, pois a fosfocreatina, embora tenha potência muito alta, possui baixa capacidade e baixa eficiência. 

GLICÓLISE ANAERÓBIA (OU ANAERÓBIO LÁTICO): É o processo - não oxidativo - de reciclagem de ATP a partir do glicogênio, o qual é armazenado nas células musculares. A partir desta reciclagem de ATP (mais lenta que via CP) é produzido o Lactato (ou Ácido Lático). Este metabolismo possui alto poder, contudo capacidade média e baixa eficiência. É o principal sistema de energia para exercícios de 30 segundos até 3 minutos. 

SISTEMA AERÓBICO (OU OXIDATIVO): Diferente dos anteriores, o oxigênio se faz presente neste tipo de metabolismo, o que faz com que seja também mais lento que os demais. Neste caso, além do glicogênio armazenado nas células musculares ser utilizado, o glicogênio hepático (armazenado no fígado) e na própria corrente sanguínea também participam; Além de gorduras e proteínas, que também podem estar envolvidas. Ocorre na mitocôndria, organela responsável pela respiração celular. O metabolismo aeróbio tem baixa potência, alta capacidade e alta eficiência. 

Agora que você já sabe todo o comportamento do sistema energético do corpo humano, é hora de definirmos - de fato - as zonas de treinamento. Na Natação, basicamente se dividem em:

Zonas de treinamento
Intensidade
Frequência Cardíaca Máxima (FCMáx %)
A0
Aquecimento/Regenerativo. Muito leve
Menos de 70%
A1
Baixa intensidade a moderado
70 - 80
A2
Limiar, entre o confortável e o extenuante
80 - 90
A3/Vo2
Forte; Extenuante
90 - 100
AN1
Resistência de velocidade
95 - 100
AN2
Tolerância ao Lactato
100
AN3
Potência
100

Referência: 

KSEBATI, Fares. What Are Swimming Training Zones? 2017. Disponível em: http://myswimpro.com/blog/2017/08/13/what-are-swimming-training-zones/

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Treinamento e Periodização

Todo o indivíduo nasce predisposto a alguma modalidade (Ah! Não sei fazer nada! Não gosto de Educação Física! Não gosto de Esporte!) - Tudo bem. Pode até não gostar, mas que para alguma modalidade terás mais aptidão, não tenhas dúvida. Basta experimentar, gostar e se dedicar ao que lhe apetece. No entanto, há uma diferença entre simplesmente praticar corriqueiramente e treinar.

Treinar (ou treinamento) é a repetição sistemática de movimentos com o objetivo de melhorar o rendimento. No esporte, é determinado pela condição técnica, física, tática, psicológica e cognitiva. E para que esses objetivos sejam alcançados, se faz necessário estruturar todo esse ciclo através da periodização.

Essa palavra "Periodização", que está na moda, assim como o Treinamento Funcional (que existe "desde mil novecentos e antigamente") também é bastante antiga. Periodização nada mais é que a organização de um modelo de treino em unidades de treinamento. É construir, aprimorar, manter e até mesmo reduzir a aptidão física em prol da excelência minimizando o risco de lesões e evitando o platô de adaptações fisiológicas.

Há três tipos clássicos de periodização:

A) PERIODIZAÇÃO LINEAR: Início de sessão muito intensa na qual a intensidade se mantém crescente a proporção da diminuição do volume de treinamento, objetivando a preservação do atleta às vésperas da competição-alvo e contando que o mesmo execute sua máxima performance. (Macrociclo).

B) PERIODIZAÇÃO ONDULATÓRIA: Alternância de estímulos dentro de um Microciclo).

C) PERIODIZAÇÃO FIXA: Não há planejamento prévio. Indesejado para atletas.

O treinamento também pode ser dividido em três fases:

A) PERÍODO PREPARATÓRIO: Este pode ser Geral (Pré-temporada) e Específico.

B) PERÍODO COMPETITIVO: Polimento/Ápice da performance.

C) PERÍODO TRANSITÓRIO: Redução de carga, pois a longo prazo necessita-se evitar lesões.

Quer se aprofundar mais? Então leia mais a seguir:

 

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

A importância da atividade física na terceira idade

É natural que, com o avanço da idade, as pessoas tendem ao afastamento. Devido às incapacidades relacionadas à imobilidade corporal e à lentidão mental e motora, que apontam para a baixa autovalorização e promovem o declínio na interação social, o envelhecimento pode ser um fator que torna o idoso amargurado, fazendo-o sentir-se incapaz de desenvolver suas funções, levando-o ao retraimento e a reclusão. No entanto, através da realização de atividade física adequada, o idoso pode melhorar a condição física e funcional, combatendo as inaptidões que aparecem com o envelhecer (GABRIEL; SANTOS; SALLES, 2013).

E que o diga Jane Asher, inglesa, de 86 anos. Jane nada de três a quatro vezes por semana e é detentora de nada mais, nada menos que 23 - isso mesmo! - 23 recordes mundiais. E se a "vida começa na terceira idade", essa britânica é prova viva. Não levava tão a sério a natação até que perdeu seu marido quando tinha 60 anos. Desde então, passou a se dedicar mais ao esporte. Fez amigos competindo ao redor do mundo. Se rejuvenesceu. Passou a ensinar cada vez mais e a incentivar colegas contemporâneos que sofrem de doenças decorridas da terceira idade como pressão alta, artrite, artrose e osteoporose. Para quem se considera extremamente competitiva (assista ao vídeo a seguir), a vida, de fato, "começa na terceira idade".



Referência:

GABRIEL, Caroline Brasil; SANTOS, Letícia dos; SALLES, Paulo Gil. Efeitos agudos da atividade física sobre o estado de humor de indivíduos da terceira idade. Revista Saúde Física & Mental, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p.11-21, jul. 2013. Disponível em: http://www.uniabeu.edu.br/publica/index.php/SFM/article/view/788/827. Acesso em: 02 abr. 2017.