segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Insulina e ADH: hormônios de recuperação

O corpo humano é extremamente inteligente. Ao menor sinal de exagero - ou falta, ele reage (da melhor, ou da pior maneira). Afinal, vai depender muito do abalo que a homeostase sofra. Por sua vez, a homeostase, pode ser definida como a habilidade de manter o meio interno em um equilíbrio quase constante, independentemente das alterações que ocorram no ambiente externo. O dito meio interno é definido como os fluidos que circulam pelas nossas células, o chamado líquido intersticial (SANTOS, 2018).

Dito posto, vamos falar sobre hormônios de recuperação. De acordo com Santos, 2018, hormônios são tradicionalmente definidos como substâncias produzidas por glândulas endócrinas que são liberadas na corrente sanguínea e atuam sobre tecidos-alvos. Ligam-se a receptores específicos. São responsáveis pelas mais variadas funções, atuando desde o crescimento de uma pessoa até a regulação da sua capacidade reprodutiva, seu comportamento e seu metabolismo. Portanto, os hormônios estão ligados a respostas fisiológicas, morfológicas e bioquímicas.

Pense em como você se sente logo após o término de um treino. Provavelmente três coisas veem à mente: sede, fome e dor. Pode até parecer loucura, mas faz total sentido. Afinal, você acabou de gastar todo o açúcar que até então, antes do início da sessão, estava presente em seus músculos e fígado; Você transpirou toda a água do seu sangue, e levou muitas células musculares a apoptose (morte não desencadeada por traumas, mas sim por ser programada) após aquela série árdua.

Reabastecendo. Depois de uma refeição, o açúcar entra no sangue e por lá permanece armazenado. Por sua vez, o hormônio insulina se responsabiliza por permitir aos músculos retirarem todo este açúcar que na corrente sanguínea se encontra. A razão para essa complexidade é que o cérebro (que não precisa de permissão) recebe primeiro este açúcar. Isso vai ser um grande problema, porém quando for falado de nutrição (quer saber o motivo? Clique aqui).

A insulina também tem efeitos anabólicos (sim, pense em esteroides anabolizantes) como a testosterona e o hormônio do crescimento (GH). Esses três hormônios fazem parte do processo de reconstrução que repara o dano causado aos músculos.

E, finalmente, há o ADH ou Vasopressina, que é o hormônio antidiurético. Este é responsável pelo aumento do volume sanguíneo em cerca de 400ml (10%) na primeira semana de treinamento. Isso permite que o coração transfira (bombeie; direcione) mais facilmente o sangue para mais músculos durante o treino. Esta é também uma razão pela qual os atletas têm uma frequência cardíaca de repouso menor que os demais. E, se caso treinar em uma piscina cujo a temperatura está alta, este efeito é aditivo, pois o coração terá que enviar sangue para a pele também, além dos músculos.

Portanto, a Insulina e o ADH são hormônios que auxiliam e aceleram o processo de recuperação muscular após esforços extenuantes.


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Referências

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Homeostase"; Brasil Escola. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/biologia/homeostase.htm

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Arquimedes e a Natação


Há quatro principais vetores de força atuantes no corpo humano quando este está em solo (terra; superfície rígida):

  • Força Peso: força de atração gravitacional entre duas massas.
  • Força normal: força de reação a superfície.
  • Força de tração: se houver tração por fios ou cordas.
  • Força de atrito: força proporcional ao movimento do corpo.

Difícil entender?! Então, vamos por partes. Primeiro: o que é vetor?! Há alguns significados para esta palavra. No entanto, vamos nos ater a este: segmento de reta orientado, que possui mesma intensidade, mesma direção e mesmo sentido.

Pois bem, diferentemente da terra, na água há diversas forças atuantes quando um corpo está banhado por ela (a água, obviamente), e, consequentemente, vetores os quais determinam a intensidade, direção e sentido destas forças.

Para compreender melhor este processo, uma postagem não é o suficiente; Mas sim, muita leitura, muitas outras postagens e, claro, uma formação acadêmica em física. A minha, todavia, é em Jornalismo e Licenciatura Plena em Educação Física. Portanto, deem um desconto ao escriba. Retomamos.

Vamos nos ater, tão e somente, ao Teorema de Arquimedes e ao Empuxo. Disse o matemático e físico grego: “Um fluido em equilíbrio age sobre um corpo nele imerso (parcial ou totalmente), com uma força vertical orientada de baixo para cima, denominada empuxo, aplicada no centro de gravidade do volume de fluido deslocado, cuja intensidade é igual ao peso do volume de fluido deslocado”.

Continua complicado, certo?! Então observem a foto a seguir:


Imagine que nosso corpo, em posição horizontal - ao nadar, se assemelha a um barco. Desde a posição da cabeça, até a ponta dos dedos dos pés, o objetivo na água é se deslocar mais rápido em meio à resistência do fluído. E uma destas forças principais que devemos nos ater, no meio aquático, é o "Empuxo".

Empuxo é o nome dado à força exercida por um fluido sobre um objeto mergulhado total ou parcialmente nele (neste caso, o nosso corpo). Assim que um objeto qualquer é mergulhado em um fluido, ele começa a deslocá-lo. O empuxo corresponde ao peso do volume de líquido deslocado pelo objeto, sendo assim, podemos definir matematicamente o empuxo da seguinte forma (JUNIOR, 2018):

E = dL. VDES. g

Onde:
  • dL = densidade do líquido
  • VDES = volume de líquido deslocado.
  • g = aceleração da gravidade.
O empuxo surge por causa da diferença de pressão existente entre a parte inferior e superior de um objeto mergulhado em um fluido. A pressão na parte inferior, em virtude da maior profundidade, é maior que a pressão na parte superior, o que resulta no surgimento de uma força vertical para cima (JUNIOR, 2018).



Por si mesmo, o empuxo não tem influência nenhuma no nado. Entretanto, o que tem influência - por exemplo - seria um traje com maior flutuabilidade. Este sim, aumentaria seu empuxo e, consequentemente, diminuiria sua porção imersa, fazendo com que a resistência, com o avanço, diminua.

Assim, para uma mesma capacidade propulsiva, possibilitaria o aumento da velocidade de nado. Afinal, o objetivo de todo o nadador é nadar mais rápido, e se deslocando, sempre que possível, na zona da qual se chama "Linha da água".

Referências

JUNIOR, Joab Silas Da Silva. "O que é empuxo?"; Brasil Escola. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-empuxo.htm 

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

O que é "Streamline"?!

É muito comum, nas escolas de natação, e até mesmo em piscinas destas da vida - com olhar clínico, claro - observarmos as crianças mergulharem posicionando a palma de uma mão sobre o dorso da outra; com os braços esticados. Sem levarmos em consideração a técnica correta - e apurada -, a posição primária, descrita é o que, em inglês, se chama "Streamline".


Não existe uma tradução em português para esta palavra cujo tenha relação com a natação propriamente dita. Uma tradução breve, "streamline" significa "agilizar"; "simplificar". No jargão da natação, "streamline" é a famosa posição dos braços e mãos formando "uma espécie de "foguete", justamente para, ao mergulhar, poder "furar" a água e ser mais eficiente. O mesmo vale para os impulsos na borda e continuidade das viradas olímpicas.

A posição ideal do corpo na água, para que o deslize seja mais fluente, é semelhante ao de uma lancha em movimento, com o bico da proa mais elevado que o da popa. O corpo do nadador deve ser mantido bem estendido, com a cabeça ligeiramente elevada em relação aos quadris - porém, encaixada entre os braços (estendidos). Esta posição, lembrando o deslocamento de uma lancha, permite ao nadador um deslize mais eficiente, aproveitando melhor a força empregada pela ação de seus braços e pernas na sequência, iniciando o nado. (CAMARGO; NORONHA, 2016).

Não entendeu?! Fui técnico demais na explicação?! Ou, pelo contrário, fui péssimo ao tentar explicar?! Não tem problema. Clique aqui, assista aos vídeos e você - provavelmente - entenderá melhor o que exatamente é "Streamline".

Referências

CAMARGO, Carlos; NORONHA, Rômulo. Nadar é fácil. Palhoça, Sc: Unisul, 2016. 113 p.