terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Quer melhorar a saída... salte, salte exaustivamente

Caeleb Dressel detém uma saída praticamente perfeita
Na natação competitiva, uma boa saída pode resultar no lugar mais alto do pódio, principalmente em provas rápidas, como as de 50 metros (em piscina longa, então, é primordial; Na curta, uma boa virada - talvez - possa compensar uma saída ruim). Tecnicamente, no alto rendimento, os atletas que chegam a uma final, por exemplo, são praticamente iguais. Portanto, o que define a prova são mínimos detalhes.

Pensando nisso é que os grandes times já reservam uma boa parte de suas sessões diárias de treinamentos para o aprimoramento das saídas; Já entenderam o valor que se tem o refinamento deste fundamento. Ter uma saída rápida é muito mais do que ser capaz de reagir ao som de partida.

O americano Caeleb Dressel, campeão olímpico e considerado - atualmente - o atleta com a melhor saída do mundo, mostrou no Mundial de 2017, que ter somente o tempo de reação mais rápido não é necessário para dominar uma prova; São também a altura, a  distância, a velocidade e o ângulo de entrada que afetam a velocidade que você imprime ao entrar na água e durante a prova.

O treinamento de salto vertical: saltos de agachamento, saltos de caixa, e assim por diante - são pilares nos programas de treino para a maioria dos nadadores. E com uma boa razão: o aprimoramento do salto vertical leva a uma maior capacidade de melhorar o desempenho inicial na prova (o que está evidenciado nos dois respectivos estudos abaixo):



Entretanto, o treinamento de salto vertical ignora um aspecto importante, que é fundamental para melhorar a saída: também é preciso alcançar a velocidade horizontal.

Em um estudo realizado em 2016, relatado no respectivo artigo: "Os efeitos de um programa de treinamento de salto prolongado pliométrico em torque em torno das articulações dos membros inferiores e parâmetros cinéticos e cinemáticos durante o início do salto na saída de natação", pesquisadores tomaram um grupo de 10 nadadores e fizeram com que eles passassem por um programa de nove semanas, concentrado apenas em saltos longos (horizontais). Durante os dois meses que se seguiram, o grupo não realizou nenhuma atividade suplementar.

O treinamento foi direto: durante as primeiras duas semanas, os nadadores fizeram 8 x 2 saltos longos horizontais, duas vezes por semana. Para o restante do programa, eles fizeram 15 × 2, com um período de repouso de dois minutos entre cada série. Os saltos foram realizados em uma plataforma construída no mesmo ângulo de um bloco de partida oficial.

OS RESULTADOS

Houve um aumento de 7% na capacidade do atleta em produzir força horizontal (o que significa que, ao imprimir o salto, o nadador vai mais longe) e um  aumento de 16% na velocidade horizontal (o que significa menos tempo no ar, e entrada na água mais rápido).

Estes valores encontrados podem ser considerados extremamente positivos, especialmente pelo fato de os atletas terem sido submetidos a uma quantidade relativamente pequena de tempo de treinamento para estes ganhos.

Devido à especificidade do movimento - o salto horizontal reúne mais características de uma saída na natação que um salto vertical direto. Portanto, os pesquisadores consideram que esse tipo de treinamento é muito mais eficaz do que o treinamento de salto vertical tradicional.

Referências

García-Ramos A, Tomazin K, Feriche B, et al. The Relationship Between the Lower-Body Muscular Profile and Swimming Start Performance. Journal of Human Kinetics. 2016;50:157-165. doi:10.1515/hukin-2015-0152.

Poirer-Leroy, Olivier. This Dryland Exercise will get you further and faster off the blocks. 1. Disponível em: https://swimswam.com/dryland-exercise-swim-start/

Rebutini, V., Pereira, G., Bohrer, R., Ugrinowitsch, C. and Rodacki, A. (2016). Plyometric Long Jump Training With Progressive Loading Improves Kinetic and Kinematic Swimming Start Parameters. Journal of Strength and Conditioning Research, 30(9), pp.2392-2398.

Vantorre J, Chollet D, Seifert L. Biomechanical Analysis of the Swim-Start: A Review. Journal of Sports Science & Medicine. 2014;13(2):223-231.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

15 verdades sobre a Natação

Longe deste que vos escreve querer comparar modalidades. Creio que o primordial, importante e salutar é que todos pudessem - ou melhor, possam - praticar esporte; Movimentar o corpo e manter a saúde em dia. No entanto, a modalidade da qual sou oriundo tem peculiaridades interessantes, as quais Chandler Brandes, atleta da Universidade de Vermont (Burlington, EUA), lista a seguir.

A natação é um esporte como nenhum outro. Você aprende muito sobre o "seu eu" ao longo dos anos como nadador, e o esporte infunda inerentemente lições de vida valiosas. Mesmo quando seu tempo de atleta competitivo já tenha passado, tu continuas a aprender mais sobre o esporte e tens tempo para refletir a respeito.


1. A natação não é como qualquer outro esporte. E não espere que seja

A natação é única por muitas razões, e é verdadeiramente diferente de qualquer outro esporte. Em uma prova de 400m medley, por exemplo, não se pode "pedir tempo" pra dar aquela respirada e continuar. Os nadadores não, e provavelmente nunca irão ter o mesmo reconhecimento de outras equipes, apesar de suas conquistas dentro e fora da piscina. Enquanto seus amigos, por exemplo, atletas de outras modalidades, podem viajar aos finais de semana, ou aproveitar os dias de folga em um feriado prolongado, você está indo treinar (e dobrar). É só a natação.

2. O relógio nunca mente

Não é clichê  a frase "o relógio nunca mente". Pelo contrário. É a mais pura verdade, e esta é a beleza natural da coisa. A natureza precisa do nosso esporte nos permite visivelmente ver o resultado do nosso trabalho (treinamento). Não há juiz marcando pontos por tecnicismo ou estilo: Nade, dê o seu melhor e olhe o placar. Pronto. Simples assim. O resultado é o que está lá, em forma de números. Se faltou 01 centésimo de segundo, faltou um centésimo de segundo. Ponto final. É um esporte duro, difícil, árduo, todavia honesto.

3. É normal falhar

Os nadadores muitas vezes se encontram na mentalidade de que a falha não é uma opção. Mas aqui está o problema: está tudo bem. Falhou. Cometeu erros. Experimente uma nova estratégia de prova. Experimente outros programas de treino. Nunca não saberá, a menos que tente; Nunca aprenderá, crescerá ou ficará mais rápido se nunca sair da zona de conforto.

4. Não é sempre justo

Algumas pessoas têm talento natural. Outras não. Uns precisam treinar arduamente; Outros nem tanto. E o mais injusto: o resultado pode vir para os que nem treinaram tanto, e não vir para quem treinou absurdamente durante toda a temporada. É assim: Há quem não precisa de muito treino; Há quem precisa demais. Você não pode controlar o que os outros fazem.

5. Você não precisa ser o melhor amigo de todos os seus colegas de equipe

Você pode escolher treinar e representar a equipe/clube/faculdade/escola que for; Os colegas que por ventura encontrar serão como uma família - mas tu não consegue escolhê-los. Apesar de passar uma boa parte do seu tempo com eles, estes podem não ser seus melhores amigos. Entretanto, apoiar um ao outro é natural; É do esporte; É uma das essências do atleta. Além isso, estão competindo pela mesma equipe e têm o mesmo objetivo: superar seus limites.

6. Você nem sempre vai melhorar seus tempos como quando era mais novo

Quando somos mais novos, os tempos vão melhorando a cada competição. Proporcionalmente se compararmos com nossas provas a medida em que se envelhece. No entanto, chega um ponto na sua carreira que os tempos não melhoram mais tanto quanto você gostaria - e não importa o quão duro você treinar. Os platôs (estagnação) acontecem. Se abaixou um décimo aqui, ou um milésimo ali, simplesmente comemore.

7. Ninguém se preocupa com suas desculpas

Absolutamente ninguém se importa com suas desculpas. Você pode se desculpar por tudo o que quiser - vá em frente - porém será o que o impede de alcançar seus objetivos.

8. O traje não faz você nadar mais rápido

É a mentalidade que você tem, enquanto você está vestido com o traje de competição, que faz você nadar mais rápido. Por acaso você treina - ou treinou - horas, diariamente, com o traje de competição? Não. Foi o traje, de cerca de U$$ 300,00 (ou, atualmente, os mais modernos, os quais custam mais de R$1.000,00) que acordou cedo, ainda na madrugada, para dobrar? Ou que "sobreviveu" aos treinos no inverno? Não, não e não. Absolutamente não. Ninguém compete por você. É você contra o relógio. Portanto, de traje, sinta-e mais confiante, creia em todo o treinamento realizado, sinta-se imparável e faça o seu melhor.

9. Saúde mental importa

Se estamos doloridos, fazemos gelo. Se algo não está saindo como planejado durante a sessão de treino, conversamos com nosso treinador e procuramos acertar; Se estamos "travados", alongamos. Com a saúde mental não deve ser diferente. Se algo está incomodando, fale sobre isso. Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza; Seus treinadores, companheiros de time, equipe de apoio atlético, familiares e amigos querem teu sucesso. A natação é um esporte extremamente mental e, para a melhor performance, você deve estar com a mente plena.

10. Aquecer também importa

Nunca subestime o poder de um bom aquecimento. Se você não tem uma piscina disponível, faça alguns exercícios para acelerar o coração, além dos tradicionais alongamentos. Prepare sempre o seu corpo e sua mente para a prova.

11. É impossível não se comparar com os outros

Não finja que nunca se comparou com ninguém. É inevitável no esporte, e na natação não é exceção. Embora seja impossível não se comparar com os outros, aprenda a gerenciar. Fique na sua zona, faça a sua prova. Se você começar a ouvir aquela pequena voz negativa na sua cabeça, vá para um lugar isolado, redirecione sua mente para se concentrar em você - em ninguém além de você.

12. É normal vez em outra não morrer de amores pela natação

A natação nem sempre é arco-íris e borboletas - raramente é. É difícil. Leva a um desgaste emocional, físico e mental. Às vezes, você se sente preso, simplesmente realizando os movimentos mesmo questionando o que realmente desejo do esporte. Isso é bom. É normal. Não és o único a se sentir assim, e não será o último. Mesmo nos dias difíceis, lembre-se porque você começou. Em algum lugar, não importa o quão profundo seja, esse amor por nadar ainda existe.

13. Você nunca está sozinho

É bom admitir quando você precisa de ajuda e procurar recursos. Comunique-se com seus treinadores sobre como você está se sentindo e informe seus companheiros de equipe sobre o que está acontecendo. Provavelmente alguns deles estão se sentindo do mesmo jeito. Mesmo obtendo bons ou maus resultados, há o apoio. Mesmo quando as coisas se tornam difíceis, sua família da natação não está de lado. Não é fácil, mas você nunca passa por uma má fase sozinho.

14. Você é uma pessoa fora da piscina

A natação é o que você faz, e não quem você é. A natação é uma grande parte da sua vida, mas não define você como um ser humano. É tão fácil ficar preso obcecado com as coisas triviais dentro do esporte, mas isso não importa. Seus tempos e realizações dentro da piscina nunca contarão toda a sua história; Seu caráter diz muito mais sobre você como pessoa e atleta.

15. Não desista de você

Nadar é como aquele pequeno mosquito irritante, em uma noite de verão, com aquele calor infernal, que fica no seu ouvido te perturbando e nunca vai embora - não importa quantas vezes tente abatê-lo. Pode chegar um momento em que desista de nadar, mas nunca vá desistir de você. Estará lá, dias, meses ou mesmo anos depois de parar. A piscina sempre estará esperando por você, de "braços abertos", te chamando de "volta para casa". Afinal, nunca podes deixar algo que você ama.

Referência

BRANDES, Chandler. 15 Truths About Swimming. Disponível em: https://www.swimmingworldmagazine.com/news/15-truths-about-swimming/. Acesso em: 26 jan. 2018.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

A lição dos pássaros aos nadadores

É provável que você já deve ter olhado para o céu, visto uma revoada de pássaros e reparado - se ainda não, passe a observar com outra perspectiva - que os alados estão, na maioria das vezes, se deslocando em uma formação semelhante à letra "V". Não, não é coincidência. E, portanto, existe um porquê. Vamos além. O que esta formação dos pássaros tem a ver com a natação? Principalmente com Águas Abertas? Pois é, parece uma ideia mirabolante, mas não é.

Os cientistas sempre discutiram por que os pássaros voam em formação "V". A conclusão que chegaram é que, em "V", os pássaros têm mais facilidade em voar com menos esforço. Em janeiro de 2015, a revista "Science" publicou um novo estudo o qual se concluiu que, além de serem eficientes e economizarem energia, as aves conseguiam voar mais alto ao sincronizarem o movimento de suas asas.

Este novo estudo acompanhou o Íbis-Eremita ("Geronticus Eremita"), uma espécie de ave que se encontra ao sul da Europa; E do norte da África ao Oriente Médio, voando em rota de migração anual da Áustria para a Itália. Cada pássaro estava equipado com um GPS para determinar cada posição de voo, também estavam equipados com um acelerômetro para mostrar o tempo da batida das asas. Resultado: uma surpreendente perfeição aerodinâmica (clique aqui e leia o estudo completo).

Para a natação em águas abertas, a formação "V" permite que o atleta não apenas tenha melhor eficiência mecânica durante o deslocamento (diminuindo o arrasto) na água, como também com o ar. Nadar na formação em "V" é uma estratégia que oferece aos nadadores algumas vantagens:

. Acompanhar os demais sem se perder na localização.
. Não se sentir claustrofóbico em meio ao pelotão.
. Adequar a posição de nado sem que, por ventura, esbarre em outro colega.
. Noção de ritmo. Assim, pode-se controlar melhor a prova.

Portanto, em águas abertas, se estabeleça estrategicamente para aproveitar a melhor posição usando o movimento de ar e água; Saia para o lado no quadril e sincronize sua braçada. E se alguém lhe disser que é feito os pássaros, lembre-se de que os pássaros sabem coisas que não fazemos.

Referência

PORTUGAL, Steven J. et al. Upwash exploitation and downwash avoidance by flap phasing in ibis formation flight. Nature, [s.l.], v. 505, n. 7483, p.399-402, jan. 2014. Springer Nature. http://dx.doi.org/10.1038/nature12939.

JONES, Eney. Swimmers can learn from The V formation of birds. 2018. Disponível em: https://swimswam.com/open-water-swim-v-formation-drafting/ 

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Recordista Mundial Master (80+) escapa da morte

Na última semana, a região de Montecito - e outras cidades adjacentes -, no Sul da Califórnia (EUA) foi atingida por uma forte tempestade a qual culminou em uma inundação com precedentes lamentáveis, inclusive com mortes de, pelo menos, 13 pessoas, que foram arrastada pela correnteza. Vale lembrar que esta mesma região recentemente foi vítima de incêndio, o que contribuiu para a formação da enxurrada.

Jeff Farrell, medalhista olímpico nas Olimpíadas de Roma, em 1960, membro do Hall da Fama da Natação, e Recordista Mundial Master (80+) nos 50m Livre (31"25) viu a morte de perto. Durante o deslizamento de terra provocado pela tormenta, o ex atleta olímpico ficou preso em sua casa, em meio à destruição. Entretanto, conseguiu escapar junto com sua família. Marco, um de seus filhos, filmou a destruição (veja o vídeo abaixo).


Hoje com 80 anos - e vendedor de imóveis -, Farell tem uma história curiosa e, ao mesmo tempo, heroica. Em 1960, após ser submetido a uma apendicectomia de emergência, se classificou para integrar a equipe olímpica americana seis dias após a cirurgia. Não somente fez parte do time, como conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos daquele ano, na capital italiana. No ano seguinte, passou a quebrar mais de 20 recordes (dentre estes mundiais e nacionais).



Para ajudar nos reparos da residência destruída, uma página online foi criada para arrecadar fundos para a Família Farrell.

Referência

PENLAND, Spencer. Jeff Farrell survives near-death experience as mudslide hits his house2018. Disponível em: https://swimswam.com/jeff-farrell-survives-near-death-experience-mudslide-hits-house/

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

A relação entre Martin Luther King Jr. e a Natação

Em tempos de segregação racial, intolerância e discriminação, nada mais justo do que relembrarmos de Martin Luther King Jr. Nascido em 1929, o pastor protestante e ativista político se tornou um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, e no mundo, com uma campanha de não violência e de amor ao próximo. Em 04 de abril de 1968, foi assassinado aos 39 anos, em Memphis (Tennessee). Mas o que MLK Jr. tem a ver com a natação? Muito!

Segunda-feira, 15 de janeiro de 2018, nos EUA, foi feriado. Esta data é lembrada como o Dia de Martin Luther King Jr. e, para quem não sabe, o líder negro tinha um enorme amor pela natação e, inclusive, lutou para tornar o acesso às piscinas comum a todos. No verão de 1964, enquanto o Congresso americano debatia a passagem da Lei de Direitos Civis, MLK Jr. enviou o também Andrew Young, então futuro prefeito de Atlanta e embaixador dos EUA na ONU (Organização das Nações Unidas), para St. Agustine, na Flórida, a fim de acalmar as tensões raciais que se arrastavam há anos.

Ao liderar uma marcha pacífica pela cidade, Andrew Young foi atacado e espancado por uma multidão de segregacionistas na noite de 9 de junho. Poucos dias depois, Martin Luther King Jr. chegou à St. Augustine e foi preso quando tentava entrar no restaurante do Monson Motel. Na semana seguinte, em protesto contra a prisão de MLK Jr. e a agressão à Young, um grupo de integracionistas organizou uma enorme "natação" na piscina do Monson Motel.

Nesse mesmo dia, o proprietário do Monson Motel, James Brock (branco) irritado com o protesto, derramou Ácido Clorídrico na piscina, em uma atitude criminosa. A nação americana ficou ainda mais chocada quando foram noticiados ataques a negros e afrodescendentes nas praias da St. Agustine (assista ao vídeo).

O direito de nadar era importante tanto para Martin Luther King Jr, quanto para Andrew Young. O primeiro gostava de nadar com a sua família no Butler St YMCA, em Atlanta. Enquanto o segundo levou a modalidade ao nível competitivo. Foi atleta da Universidade Howard. Em 1992, Young recebeu o Medalhão de Ouro do Hall da Fama da Natação por sua performance nas piscinas e fora delas, as quais servem até hoje como fonte de inspiração para a juventude.

Aproveitando, quem ainda não assistiu ao filme "PRIDE - Orgulho de uma Nação", assista, principalmente aos entusiastas e amantes da modalidade.


Referência

WORLD, Swimming. Remembering Dr. Martin Luther King, Jr. And The Right To Swim. 2018. Disponível em: http://www.swimmingworldmagazine.com/news/remembering-dr-martin-luther-king-jr-and-the-right-to-swim/

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Doping: os atletas mais testados pela USADA em 2017

"Doping", ou uso de substâncias ilícitas para a melhoria de performance. É um assunto que gera inúmeras discussões. Consenso mesmo é que esta prática é ilegal e passiva de punição. Segundo Aquino Neto (2001), a sofisticação da dopagem acompanha a evolução da farmacologia. Novas drogas com finalidade terapêutica explícita cada vez mais passam a ser prontamente usadas pelos seus efeitos terapêuticos e colaterais. Abusa-se, assim, de beta-agonistas, os conhecidos antiasmáticos (clembuterol, salbutamol, terbutalina) pelo seu efeito colateral anabolizante. Da mesma forma, são empregados insulina e seus análogos, hormônios de crescimento e gonadotrofina coriônica humana.

O transporte de oxigênio para os músculos é essencial para o seu funcionamento e, portanto, motivo de dopagem. A manipulação do sangue para aumentar a taxa de transporte de oxigênio é efetuada com drogas (EPO – eritropoetina, um hormônio peptídico que age na medula e aumenta a produção de glóbulos vermelhos) e pela adição de sucedâneos de sangue, transfusão de sangue e autotransfusão de sangue (AQUINO NETO, 2001).

Expostos acima diversos exemplos de trapacear para se obter desempenho acima do normal. Entende-se por "desempenho normal": chegar à excelência através de muito treino, descanso ideal e alimentação saudável/equilibrada e disciplina.

Bem, esse preâmbulo é apenas para informar que, na última temporada, segundo dados divulgados dia 27/12/2017, pela USADA (U.S. Anti-Doping Agency), dentre diversos atletas testados, de diversas modalidades, o nadador Nathan Adrian foi o mais submetido a testes anti-doping: 16 vezes (tanto em pré-temporada, quanto durante o período competitivo). O detalhe vale para todos os atletas listados a seguir. 

(*) Vale ressaltar que os brasileiros Vitor Belfort e Anderson Silva, atletas de MMA, também foram testados (ambos já foram pegos com substâncias proibidas).

TESTES
ATLETA
MODALIDADE
16 Nathan Adrian Natação
16
Shani Davis
Patinação de velocidade no gelo
16 Galen Rupp Atletismo (10.000m rasos)
15 Katie Ledecky Natação
14 TJ Dillashaw MMA
14 Holly Holm MMA
14 Lopez Lomong Atletismo (fundista)
14 Aries Merritt Atletismo (110m com barreiras)
14 Heather Richardson Bergsma Patinação de velocidade no gelo
14 Dathan Ritzenhein Atletismo (5.000m rasos)
14 Mikaela Shiffrin Esqui e Snowboard
14 Tecia Torres MMA
13 Vitor Belfort MMA
13 Ray Borg MMA
13 Brittany Bowe Patinação de velocidade no gelo
13 Katherine Compton Ciclismo
13 Daniel Cormier MMA
13 Justin Gatlin Atletismo (100m rasos)
13 Evan Jager Atletismo (3.000m rasos)
13 Christine Justino MMA
13 Floyd Mayweather Boxe profissional
13 Brittney Reese Atletismo (salto em distância)
13 Anderson Silva MMA
13 Jeremy Stephens MMA

Referências

AQUINO NETO, Francisco Radler de. O papel do atleta na sociedade e o controle de dopagem no esporte. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, [s.l.], v. 7, n. 4, p.138-148, ago. 2001. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1517-86922001000400005.

SIMPSON, Maclin. Nathan Adrian Tied For Most Drug-Tested U.S. Athlete In 2017. 2018. Disponível em: https://www.floswimming.com/articles/6070669-nathan-adrian-tied-for-most-drug-tested-us-athlete-in-2017

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Trincando o abdome

O verão está aí e, entra ano, sai ano, o assunto é o mesmo: estar em forma para a estação mais quente da temporada; Onde o desfile de corpos "quase" nus estão à prova. Assim, claro, ninguém quer ficar para trás no regime da "Ditadora do Corpo". Portanto, para você que quer deixar o abdome definido, ai vai uma série de tipos de exercícios abdominais. Lembre-se também de não descuidar da dieta, que é fundamental!





segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Será que azedou?!

O espaço aqui não é para fofocas, mas sim, para compartilhar conhecimentos e devaneios. Porém, quando se trata de Katinka Hosszu, multi recordista mundial, multi campeã olímpica e uma das maiores nadadoras da história, a exceção está aberta. Parece que a relação entre a nadadora húngara e seu treinador - e marido - Shane Tusup não anda muito boa. Inclusive, a própria mídia da Hungria divulgou recentemente que a atleta estaria treinando em Miami, nos EUA, bem longe de seu esposo, que está de volta ao país natal no comando da Iron Aquatics, clube que o próprio casal fundou. Os dois criaram também uma das campanhas de marketing mais memoráveis ​​da natação, a marca "The Iron Lady", que se transformou em linha de roupas.

Em postagem no seu perfil nas redes sociais, no fim de dezembro deste último ano (2017), a própria Katinka Hosszu admite que a sua relação com Tusup "atingiu" um momento difícil. Os indícios são reforçados pela não presença de Shane no último Campeonato Europeu em piscina curta, realizado em Copenhagen (Dinamarca), tampouco na etapa de Lausanne (Suíça) da Copa do Mundo.

Vale ressaltar que a parceria, desde 2013, somou: quatro medalhas olímpicas, 13 medalhas de campeonatos mundiais em piscina longa; 22 medalhas de campeonatos mundiais em piscina curta e mais de 40 medalhas de campeonatos europeus (de piscina longa e curta); Também ganhou cinco títulos consecutivos da Copa do Mundo entre 2012 e 2016, o que é sinônimo de uma boa grana acumulada.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Pequeno Davi

Começou 2018, e em menos de uma semana de novo ano, já foram vividas decepção e surpresa num mesmo dia. Sim, em plena sexta-feira, que iniciou originalmente como 08 de janeiro, mas que se transformou em "Sexta-Feira 13" ao longo de 24 horas. Entretanto, vamos deixar o assunto ruim de lado. Quero escrever e mostrar coisas boas, é dessa maneira que temos que valorizar a vida, apesar dos percalços - muitos - que ela nos proporciona, e nos proporcionará ao longo da jornada.


Davi, de recém dois anos de vida completados, estreou na Natação. O pequeno é filho do grande amigo Bruno Bittencourt, de longa data, craque de bola e sócio da A10 Academy (se deseja que seu filho estude e treine fora do país, consulte-os); E da competente Psicóloga /Orientadora educacional, Julia Bittencourt. O casal apostou neste que vos escreve para iniciar sua cria no meio aquático; Apresentá-lo e vivenciá-lo na água; Estimular o desenvolvimento psicomotor e social e, claro, a autonomia.

Aquele olhar desconfiado, quando nos encontramos, me avisava que dificuldades estariam por vir - assim interpretei. Ledo engano. Davi se jogou, destemido, como na passagem bíblica, ao derrotar o Gigante. Sim, à beira da piscina mergulhou em meus braços e nossa primeira aula de natação fluiu como não poderia imaginar. Creio que os pais gostaram. Eu adorei.