quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Natação e os trajes tecnológicos

Quando Mark Spitz mergulhou na piscina nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, ele usava apenas uma sunga. Nem touca, tampouco óculos. E sustentava um espesso bigode. No final do século, a natação se transformou em um esporte de trajes tecnológicos e óculos cada vez menores e mais adaptáveis. A paisagem tecnológica mudou o esporte drasticamente na memória recente, principalmente no aumento e na eventual proibição dos trajes de poliuretano, em 2010. Mas quanto, de fato, tem de efeito os trajes tecnológicos? O quanto desta vantagem pode ser calculada até que se tenha uma mentalidade positiva, a qual o atleta consegue estabelecer, ao se utilizar justamente destes trajes que o mesmo acredita que irá ajudá-lo a nadar mais rápido? Os trajes tecnológicos realmente fazem a diferença ou são o placebo mais poderoso da natação?

Quem está certo?

Você provavelmente já ouviu a seguinte frase de Henry Ford, empreendedor americano, fundador da Ford Motor Company e o primeiro a implantar a linha de montagem em série na fabricação de automóveis: "Se você pensa que pode ou se pensa que não pode, de qualquer forma você está certo". Parece clichê, mas a ciência por trás do poder do pensamento positivo é impressionante. Isso constitui a base para a retórica dos técnicos mais antigos; Assim digamos, mais tradicionalistas, os quais afirmam que, embora os trajes tecnológicos ofereçam vantagens como a redução do arrasto e aumento da flutuabilidade, os resultados estão associados a crescente confiança que os nadadores sentem ao vestir - e se adequar - a algo em torno de US$500,00 em náilon (R$1.600,00 aproximadamente). Seus oponentes afirmam que os trajes fazem toda a diferença - apesar de qualquer aumento no potencial de confiança.

Enquanto ambos os argumentos tenham seus méritos e sejam plausíveis, a ciência parece colocar a verdade mais próxima do lado da tecnologia em vez da mentalidade. Desvendado para as Olimpíadas de Sydney (2000), o Fastskin original foi projetado para uma diminuição de tempo em até 3%, devido ao seu tecido biométricos e design inspirado na pele de tubarão. No entanto, os reais avanços ainda estavam por vir. Após as Olimpíadas de 2004, na Grécia, uma das maiores empresas de materiais esportivos voltados para a natação se associou à NASA (Agência Espacial Norte Americana) para projetar o que se tornaria o LZR Racer.

Foram testados quase tipos de 60 tecidos utilizando um túnel de vento na busca para desenvolver um traje mais eficiente. O resultado: o primeiro traje tecnológico soldado por ultrassom. Supostamente o novo traje reduziu o arrasto em 6%. O LZR Racer foi usado por 98% dos medalhistas nos Jogos Olímpicos de Pequim (2008) e representou 23 dos 25 recordes mundiais estabelecidos. Na temporada seguinte, mais 20 novos recordes mundiais surgiram, no Mundial de Roma (2009), levando à subsequente proibição de trajes de poliuretano - e corpo inteiro - em 2010.

Os números nunca mentem

A vantagem competitiva, real ou ilusória, sem dúvida, desempenha um papel fundamental na confiança de qualquer atleta - os próprios atletas são os primeiros a admitirem. Igualmente acordado pela maioria é a vantagem produzida pela tecnologia. É por isso que estes fatores inspiraram uma nova legislação da FINA para conter o papel da tecnologia no esporte. Embora o papel da tecnologia na natação seja debatido, a verdade do seu impacto é indiscutível.

Referência

PRESKI, Alexis. Tech Suits: Hype Or Hero? 2017. Disponível em: http://www.floswimming.com/article/62121-tech-suits-hype-or-hero#.Wcw6kmhSzIU

terça-feira, 19 de setembro de 2017

O lado ruim do esporte

Adriano em um dos treinos no Praia Clube. Infelizmente
vítima de infarto fulminante (FOTO: Felipe Maia/arquivo)
A vida é um sopro. Pra morrer, basta estar vivo. Sim, são frases fortes que, provavelmente, se você ainda não ouviu - ou não leu -, em algum momento será apresentado a elas. O assunto é chato, mas tem que ser posto à tona. No último domingo, em uma prova de natação de águas abertas, em Uberlândia-MG, um atleta de 48 anos faleceu faltando um quilômetro (1Km) para o fim do percurso - a distância total era 4Km (clique aqui e leia a matéria na íntegra). Adriano Bonilha Mesquita era nadador do Praia Clube, um dos mais tradicionais do Estado de Minas Gerais com uma equipe fortíssima, diga-se de passagem, de Natação Máster. Inclusive, conheço muitos atletas de lá, de altíssimo nível - tanto técnico, quanto pessoal.

A questão aqui é: até que ponto o esporte é salutar? Por essência, qualquer modalidade é saudável sim! Todavia, a partir do momento que o praticante passa a testar seus limites, ele é introduzido em uma zona tênue que pode colocá-lo entre a vida e a morte; Entre o lado bom e o lado ruim do esporte. Então, este passa obrigatoriamente a ter cuidado redobrado com a saúde; Acompanhar diariamente o comportamento de todos os sistemas de seu corpo (seja durante cada treinamento, seja após) e ampliar a periodicidade de seus exames clínicos - quaisquer. Principalmente quando se passa dos 30 anos; Muito mais conforme a idade avança.

Se você leitor ainda tem dúvida a respeito do parágrafo anterior, te convido a ler o artigo de um amigo recente que fiz, que ficará pra toda a vida, e que, inclusive, é meu mestre, Thiago Guimarães. O título da obra é "Paradoxo do exercício físico em excesso: linha tênue entre riscos e benefícios". Inclusive, com sua autorização, o mesmo foi publicado, na íntegra, no espaço virtual da AMNRJ (Associação Master de Natação do Rio de Janeiro).

Não posso afirmar, com propriedade, se Adriano Bonilha Mesquita tinha acompanhamento médico, se cuidava estritamente, conforme citado acima. Afinal, há "a vida dentro da equipe, quando se está treinando com demais companheiros, sob a supervisão e orientação de profissionais que, aconteça alguma eventualidade, estará ali para prestar toda a assistência prévia"; E há "a vida lá fora. Ou seja, a pessoal, das quais cada qual sabe a melhor maneira de vivê-la fora do ambiente esportivo". Mas, contudo, me arrisco a citar que o atleta se cuidava sim, e se foi por conta destas fatalidades; Destas peças que o destino nos prega.

Lamento profundamente o ocorrido, e que Deus conforte, da melhor maneira, a família e a todos os demais que fazem - ou fizeram- parte do ciclo de amizade de Adriano Bonilha Mesquita. Muito provável que tenha partido fazendo o que gosta, como Maria Lenk - que se foi após sair de mais um treino, na piscina do Clube de Regatas do Flamengo, onde diariamente dava as suas braçadas (relembre).

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Petiz e Mirim sem "FastSkin". Gol da CBDA!

A história diz que, nos primórdios dos Jogos Olímpicos, os atletas iam para as disputas nus. Sim, nus, como vieram ao mundo. Pelo menos é o que mostram esculturas ou pinturas em vaso de escultores, os quais desenhavam a inspiração em seus trabalhos diretamente dos atletas - e dos movimentos destes - enquanto praticavam esportes. A beleza do corpo nu era considerada o reflexo da beleza interna e ilustrava o equilíbrio harmonioso entre corpo e mente. A prática de esportes ajudava a desenvolver e atingir essa harmonia.

Recentemente a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) divulgou um boletim no qual consta que, a partir da temporada 2018, não será permitido o uso de trajes de alta performance - conhecidos como “fastskin” - por atletas da categoria MIRIM, e a partir da temporada 2019 não será permitido o uso desses trajes por atletas da categoria PETIZ. As razões podem ser conferidas, na íntegra, através do link (CLIQUE AQUI).

A medida, puramente pedagógica, tem o objetivo de fazer jovens nadadores e suas famílias se concentrarem no desenvolvimento de suas carreiras aos aspectos mais importantes de sua formação (PUSSIELDI, 2017).

Na Austrália, uma das federações estaduais mais importantes, Victoria Swimming, também adotou medida similar eliminando os bodysuits para as meninas e os jammers para os meninos até 11 anos de idade (CLIQUE AQUI(PUSSIELDI, 2017).

Certamente a resolução está causando furor entre pais, responsáveis e crianças atletas. Aliás, ouso a afirmar aqui que os discordantes desta decisão são maioria. A própria FINA aboliu os trajes tecnológicos. Mas quem disse que nos atuais não há a dita "tecnologia"? Será mesmo que cada traje produzido, por diversas marcas, têm o mesmo "coeficiente de flutuação (ou flutuabilidade)"?

Portanto, a meu ver a discussão é simples, e estou absolutamente de acordo com a confederação. Por mim, seriam homens de sunga, e mulheres de maiô e olhe lá (nus impossível, evidentemente) - do Mirim ao Absoluto. E ponto final.


Referências


PUSSIELDI, Alex. O banimento (pedagógico) dos trajes tecnológicos2017. Disponível em: http://sportv.globo.com/site/blogs/especial-blog/blog-do-coach/post/o-banimento-pedagogico-dos-trajes-tecnologicos.html 

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Campeonato Norte, Nordeste e Centro Oeste Master 2017

A competição aconteceu entre os dias (02 e 03/09/2017), na piscina de 25 metros do Rádio Clube, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Exemplo de longevidade que vem do Japão

A senhorinha de sorriso simpático e olhinhos apertadinhos - também pudera - é Mieiko Nagaoka, que tem 103 anos de idade. ISSO MESMO! 103 ANOS DE IDADE! Mieiko é detentora de nada mais, nada menos que 15 recordes mundiais! A japonesa, em 2015, estabeleceu o recorde mundial da prova dos 1.500 METROS! De sua categoria (100+) com o tempo de 1h15m (em piscina de 25 metros). O RM em piscina longa (50m), na mesma prova, também é dela. Detalhe importante: Mieiko começou a nadar somente aos 82 anos! Devido a dores nos joelhos.


Um pouco de Lombalgia

Recentemente participei de um processo seletivo o qual, o foco principal da empresa - além é claro, da saúde e qualidade de vida - é o combate (se é que podemos dizer assim) a dor lombar. Segundo Benites (2014), pode ter sua origem em qualquer estrutura que participa da formação ou do conteúdo da coluna vertebral, ou seja, discos intervertebrais, articulações zigo-apofisárias, raízes nervosas, corpo vertebral, ligamentos e musculatura paravertebral. Dessa forma, as causas de lombalgia são as mais diversas possíveis, sendo assim, pode ser consequente à doença degenerativa discal ou da coluna, hérnia de disco, fraturas vertebrais, doenças neoplásicas (tumores primários ou metástases), contraturas musculares entre outras.

A lombalgia afeta de 30 a 40% dos adultos (GUIMARÃES, 2002), e é relacionada apenas ao sintoma clínico e não especifica uma doença na coluna. Todavia, a lombociatalgia é o sintoma no qual o paciente refere dor em região lombar associado a irradiação para o(s) membro(s) inferior(es). (BENITES, 2014).

Uma das maiores causas de lombalgia é a má postura. Entende-se por boa postura, ou postura correta, como o arranjo harmônico das partes constituintes do corpo, tanto em posição estática (parado) como em diferentes situações dinâmicas (movimento e força); É o resultado da capacidade que ligamentos, cápsulas e tônus muscular têm de suportar o corpo ereto, permitindo sua permanência em uma mesma posição por períodos prolongados sem desconforto. Uma postura aceitável também deve ser esteticamente apreciável (KEISERMAN, 2017).

É possível preveni-la através de formas básicas como fazer alongamento frequentemente (pois mantém a integridade dos músculos que dividem a carga da coluna com as demais articulações e outros músculos), Realizar fortalecimento muscular, principalmente na área lombar e do core (abdominal); Ter boa postura e realizar exercícios físicos regularmente.

Quer saber mais ?! Confira a apresentação a seguir:



Referências

BENITES, Vinicius. Doenças da coluna: Dor Lombar ou Lombalgia e Lombociatalgia. 2014. Disponível em: http://www.drviniciusbenites.com.br/doenca-dor-lombar-ou-lombalgia-e-lombociatalgia.php

KEISERMAN, Mauro W.. Dor Lombar: lombalgia, doença postural da coluna vertebral. 2016. Disponível em: https://www.abcdasaude.com.br/reumatologia/dor-lombar